O ProHy é um produto natural. Até à data, o processo de produção das proteínas animais hidrolisadas que existe no mercado requeria a adição de enzimas. Esta nova tecnologia desenvolvida pela ETSA é inovadora pelo facto de dispensar qualquer tipo de reagente químico, pois, neste caso, a hidrólise é feita através de pressão e de temperaturas elevadas.

O ProHy reúne diversas mais-valias: dispõe de um teor de proteína superior a noventa e três por cento e, por ter uma digestibilidade muito elevada, é especialmente adequada para a alimentação de animais na sua fase inicial de desenvolvimento. Além disso, tem propriedades antioxidantes, combatendo e retardando o envelhecimento celular, além de ter um elevado potencial hipoalergénico.

A fábrica que está a ser construída no complexo de Coruche da ETSA destina-se à produção do ProHy para Petfood, aquacultura ou produtos farmacêuticos de uso veterinário. A conclusão da construção da unidade fabril está prevista para o final de 2024 e foi construída para, numa fase posterior, se poder desenvolver ProHy para consumo humano. Este será um “ingrediente solúvel que entra no nosso dia a dia como suplemento alimentar de proteína. Para isso, é preciso trabalharmos a montante com os nossos fornecedores e estabelecer mecanismos de controlo de matéria-prima muito bem definidos para podermos operar neste mercado”, frisa André Almeida.

O ProHy adota uma abordagem inovadora ao utilizar materiais que não têm valor no mercado alimentar como matéria-prima. Esta prática promove a reintrodução de resíduos e subprodutos na cadeia de valor, evitando que sejam descartados, e permitindo uma redução de cerca de 90% das emissões de gases com efeito de estufa que aconteceriam caso fosse seguido o método tradicional de deposição em aterro sanitário, contribuindo para um modelo económico mais circular e eficiente.

André Almeida não deixa de referir que “a sustentabilidade faz parte do ADN do Grupo ETSA desde a sua fundação há 50 anos, numa altura em que ainda não se falava de economia circular e sustentabilidade“.

O desenvolvimento Projeto ProHy pode ser dividido em três etapas principais. A primeira etapa assentou na realização de estudos que validaram a viabilidade do novo produto. Para isso, uma equipa diversificada de cientistas da ETSA e de outros parceiros trabalhou em conjunto. Neste momento, estamos na segunda etapa, que envolve a construção da nova fábrica. Esta fase requer um investimento considerável em várias áreas, incluindo obras de construção civil, aquisição de equipamentos e contratação de mão de obra qualificada. A terceira etapa diz respeito ao início operacional da fábrica. Adicionalmente, esta fase irá contar com uma ampla rede de fornecedores, preferencialmente locais, o que não só apoiará a operação da fábrica, mas trará também benefícios para a região de Coruche, por exemplo, no que toca à criação de novos postos de trabalho.

A inovação tecnológica desenvolvida para o ProHy abre um leque de possibilidades, servindo como catalisador para futuros projetos e produtos inovadores.

Um exemplo concreto da potencial versatilidade desta tecnologia para criar soluções inovadoras em diversas áreas é o processo de spray-drying, uma técnica altamente especializada e diferenciadora. Este método possibilita o desenvolvimento de um sistema de microencapsulamento, no qual ingredientes lipossolúveis hidrofóbicos (que não absorvem nem retêm a água) são envolvidos por cápsulas proteicas.

No que diz respeito à estratégia de expansão, a ETSA visa replicar o modelo de produção do ProHy noutras localizações geográficas, em particular no mercado europeu, expandindo o potencial desta inovação.